Mestre Gelffson Lobo e o Boi Pai do Campo

Gelffson Lobo em fotografia do ano de 2023. Foto: Francisco Costa.

Gelffson Brandão Lobo, conhecido popularmente por Professor Gel, nasceu na cidade de Igarapé-Miri, em 05 de dezembro de 1957. Filho de Felicidade Brandão Lobo (Dona Mocinha) e Raimundo Ferreira Lobo Filho (Tio Neco), Gelffson é professor de Educação Física, formado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). É músico, compositor, cordelista e ativista cultural, atuando nos grupos Rosalina, a Cobra do Jatuíra, e Boi Pai do Campo. Fundou o projeto Nostalgia Miriense e é colaborador dos projetos Esporte Miriense e Anima Lendas.
Desde a sua infância na década de 60, Gelffson sempre teve contato com as manifestações culturais de Igarapé-Miri, sendo os seus pais, os organizadores de grupos folclóricos como o Cordão de Pássaro Junino do Guará, Escola de Samba Queremos Brincar e o Boi Bumbá Pai do Campo, todos esses grupos ensaiavam na mesma casa onde Gelffson morava. 
Em Igarapé-Miri já existiram vários grupos de bois bumbás como o Boi Malhadinho, Estrela Dalva, Pingo de Ouro, Sangue Azul e o Boi Pai do Campo, que junto ao Boi de Banda, hoje são os únicos ainda em atividade.
O Boi Pai do Campo foi fundado na década de 1950, por um grupo formado por Dona Baizé, Dona Mocinha, Professora Eurídice Marques, Secundino e outros colaboradores. Posteriormente o boi passou a ser comandado pelo senhor Neco Lobo, pai de Gelffson. O grupo foi inscrito na Fundação Cultural do Pará e se apresentava na casa de autoridades do município como a casa do juiz, casa do prefeito e na prefeitura, podendo também se apresentar em residências particulares, onde solicitavam sua exibição. 

Boi Pai do Campo em foto do ano de 2017. Foto: Railson Wallace.

O primeiro boi foi confeccionado em Abaetetuba e o enredo contava a história de Nego Chico, um escravo que, para saciar o desejo de sua esposa grávida por uma língua de boi, mata o gado de estimação do senhor da fazenda. Logo no início do espetáculo, o personagem Nego Chico entregava um envelope ao dono da casa. Ao término, o envelope era recolhido com uma quantia em dinheiro ofertada pelo morador que solicitou a apresentação, o valor era investido no grupo.

Gelffson Lobo em cortejo do Boi Pai do Campo, 2017.
Foto: Railson Wallace.

Em 11 de junho de 2017, após 40 anos sem atividades, com incentivos e pesquisa de Gelffson Lobo, o Boi Pai do Campo volta a se apresentar em um cortejo realizado pela Escola de Artes João Valente do Couto. O arrastão contou com a presença de autoridades e da população que acompanharam o passeio do boi pelas ruas do centro de Igarapé-Miri. O arrastão começou na Escola de Artes e terminou no Centro Cultural Aurino Quirino Gonçalves (Pinduca), onde ocorria o 38º Festival do Camarão. 

Cortejo do Boi Pai do Campo, junho de 2017.
Foto: Railson Wallace.

Hoje, o Boi Pai do Campo é organizado pela Escola Municipal de Artes João Valente do Couto e tem o Professor Gelffson Lobo como um dos seus coordenadores e colaboradores. O grupo utiliza várias músicas originais do Boi Pai do Campo e se apresenta em vários eventos em Igarapé-Miri e outros municípios. 
Em entrevista, o Professor Gel destacou que a primeira atriz a representar a Catirina, ainda está viva, tem 102 anos e reside em igarapé-Miri. 

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