Eurídice Marques: a Pérola Negra do Tocantins

Eurídice Marques em pronunciamento na Praça Sarges Barros. Foto: autor desconhecido.

Eurídice Soares Marques de Sousa, conhecida popularmente como Tia Eurídice, nasceu no Município de Igarapé-Miri, no dia 10 de Dezembro do ano de 1917. Filha de Manoel Luiz Marques e Lídia Soares Marques. Eurídice foi Professora, folclorista, musicista, escritora, compositora, e grande incentivadora dos movimentos culturais no município, começando seu trabalho com grupos teatrais que saíam nas casas para apresentar-se em períodos específicos do ano. Esses grupos cantavam músicas compostas por ela e utilizavam textos que também eram da autoria de Eurídice.
Seu trabalho cultural/musical inicia-se com a criação da festividade de Santo Antônio dos Inocentes, venerado em sua residência no mês de junho. Coordenou por muitos anos, a festividade de Santa Maria da Boa Esperança, nas quais rezava e cantava as novenas, acompanhada de um grupo de sopros (pistom, saxofone e trombone) e com sua batuta na mesa, amplificada por um microfone, regia os dobrados e cânticos religiosos da época.

Eurídice Marques e amigos no Barracão de Santa Maria
da Boa Esperança. Fonte: Acervo de Suely Miranda.

Professora Eurídice Marques, foi uma grande incentivadora dos movimentos culturais mirienses, seguindo os passos na tradição dos cordões de pássaros e cordões de bichos juninos, que no caso de Tia Eurídice, era cordão do Camarão. Segundo a própria Eurídice em entrevista cedida ao Jornal Diário do Pará, em junho de 1988, o folguedo coordenado por ela teria iniciado no ano 1928, quando aos 11 anos, ela brincou pela primeira vez no Cordão do Camarão, sendo a tradição retomada na década de 80. 

Cordão do Camarão, em apresentação no Teatro Margarida Schivasappa, em Belém.
 Foto do ano de 1992.

Durante o mês de abril, dirigia a peça teatral “A Paixão de Cristo”, onde findava o ano com As pastorinhas “Filhas de Conceição”. Os pastoris e o Cordão de Camarão participaram por muitos anos do projeto PREAMAR (Projeto criado no ano de 1986, pelo então Secretario de Cultura do estado João de Jesus Paes Loureiro e tinha como objetivo apoiar, valorizar e abrir espaços para exibição dos espetáculos de cultura popular). 
Já idosa, organizou um grupo de dança folclórica da 3ª idade, que era muito requisitado para apresentarem-se nos mais diversos eventos da cidade. Foi também, uma das fundadoras e coordenadoras do Círculo Operário São José, que era uma forma de dar amparo aos operários, trabalhadores em geral, que era uma organização parecida com um sindicato, foi uma das fundadoras do Clube de Mães, que atendia mães carentes, com a ajuda da Legião Brasileira de Assistência (LBA). Coordenou o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e juntamente com o MOBRAL, criou o Festival do Camarão de Igarapé-Miri, uma tradição que comemora a safra do camarão regional e persiste até hoje. 

Eurídice em uma apresentação na Praça Sarges
Barros. Foto: Autor desconhecido.

Tia Eurídice ficou conhecida como a "Pérola Negra do Tocantins” apelido carinhoso dado por João de Jesus Paes Loureiro, quando este, foi secretário de Estado de Educação do Pará.
Eurídice Marques faleceu no início do ano de 2007, deixando um legado na educação e cultura miriense.

Fontes: 
http://culturamiriense.blogspot.com/2015/06/euridice-marques-perola-negra-do.html
Jornal Miriense: edição 05 de fevereiro de 2007.
Jornal Diário do Pará: edição de 22 de junho de 1988.

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